Av. Otávio Rocha e antiga Igreja do Rosário - Década de 1940






Vista parcial do Centro e da a Av. Otávio Rocha. Mas o destaque desta foto é a antiga Igreja do Rosário, na direita da imagem, que foi demolida na década de 1950 para a construção da igreja atual.

Ela era muito parecida com a antiga Igreja Matriz, que também foi demolida para a construção da Catedral Metropolitana.

Sobre a Igreja do Rosário, o historiador Athos Damasceno escreveu:
"Porte teve, sem dúvida, a Igreja do Rosário, de estatura não inferior à da Matriz que, se mais do que ela se mostrava, isso se devia à circunstância de haver sido erguida em local elevado, ao passo que a outra (Rosário) se levantava em rua estreita e rasa, que não lhe favorecia a vista nem a aparência. Uma pena! Porque bem merecia ela ser contemplada - com seus doze metros de altura, suas duas torres quadrangulares, seu corpo central dotado de três portas na parte inferior e três amplas janelas na superior, seu campanário servido de seis sinos e, em cima, o frontão em curva, e, embaixo, o adro lajeado, guarnecido de pilares de alvenaria e gradis de ferro. Seu interior, a despeito dos escassos recursos da Irmandade, merecia também ser visto e admirado. Além do altar-mor, dispunha de mais quatro laterais, sendo dois escantilhados, ocupando os ângulos formados pelas paredes da nave e as do vão do cruzeiro. Dezessete imagens ali se achavam entronizadas, algumas delas valiosas peças de torêutica portuguesa, como a de Nossa Senhora do Rosário, que pertencera à Matriz".

Esta igreja era tombada pelo IPHAN, mas foi "destombada" para poder ser demolida. Na foto ela até aparece com os vidros quebrados. Provavelmente foi deixada sem manutenção nenhuma, para ajudar a convencer as autoridades de que devia ser derrubada, e assim foi.

Ao lado esquerdo da Igreja, exatamente onde está a Av. Otávio Rocha, se localizava o Beco do Rosário.

Autor desconhecido.
Data: Década de 1940.
Edição e cores: Martin Flores



Referências:

Damasceno, Athos. Artes Plásticas no Rio Grande do Sul. Globo, 1971, p. 50

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