O Beco do Fanha - Rua Caldas Júnior - Década de 1910


 

Esta foto mostra um dos muitos "Becos" que existiam no antigo Centro Histórico. Aqui podemos ver como eram ruas muito estreitas, transversais em relação às ruas consideradas mais importantes como a Rua 7 de Setembro (1), Rua dos Andradas (2) e a Riachuelo (3), por exemplo.

O Guaíba está azul porque eu usei um algoritmo para ajudar na colorização.

Sua origem remota aos tempos da vila, quando foi conhecida como Beco da Inácio Manoel Vieira que, segundo o cronista Coruja, ali edificara vários prédios, até o ano de 1829, quando já era chamada, também, de Beco Quebra-Costas e Beco do Fanha, apelido de um taverneiro fanhoso, Francisco José Azevedo.

Segundo seu traçado original, o beco deveria subir o morro em direção à Rua Duque de Caxias, até a atual Rua General Auto. Mas, já e 1829, a passagem morro acima achava-se vedada “por ter o Exmo. Visconde de São Leopoldo, em tempo que serviu de Presidente desta Província, amurado os terrenos de sua propriedade e estreitado a largura do dito beco”. Em 1860, em função da largura do Beco do Fanha, que impossibilitava a passagem de dois carros ao mesmo tempo, foi estabelecida a mão única de tráfego no sentido da subida.

Em 1873, a Câmara trocou a denominação popular para Travessa Paysandu, em homenagem ao feito de armas da guerra contra o Uruguai em 1864/65. Em 1874, recebeu calçamento entre as ruas Riachuelo e Andradas, e, em 1882, no segmento entre a Andradas e a Sete de Setembro.

Na administração do Intendente José Montaury, o beco perde suas características primitivas através de um alargamento de sete metros do lado da numeração ímpar, totalizando 13 metros, maior que a dimensão de muitas ruas centrais consideradas nobres. As obras, concluídas em 1919, e a construção do primeiro prédio da Caixa Econômica Federal, na esquina da Rua Sete de Setembro, do “A Federação” (Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa) e do Grande Hotel (já demolido), na esquina da Rua dos Andradas, concorreram, decisivamente, para inovar a imagem da via.

Em 1944, o Prefeito Antônio Brochado da Rocha efetuou uma troca de nomes entre as ruas “Caldas Júnior” no Bairro do Partenon, e a Rua Paissandu, em homenagem ao Correio do Povo.

Detalhe ampliado de foto de Virgilio Calegari.
Data: Década de 1910.
Acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo 235f.
Edição e cores: Martin Flores.

Referências:
Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS)/Prefeitura Municipal, 1988

Site Viva o Centro
http://lproweb.procempa.com.br/.../vivaoce.../default.php...

Comentários